"Não gosto de nada que é raso, de água pela canela. Ou mergulho até encontrar o reino submerso de Atlântida, ou fico à margem, espiando de fora. Não consigo gostar mais ou menos das pessoas, e não quero essa condescendência comigo também." Martha Medeiros
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Força de um gigante.
Uma das coisas que eu mais queria entender no mundo é em que parte da vida se perdeu tudo aquilo que gostávamos de fazer. Sai de férias na quinta, 21 e já vim correndo pra Barretos mas ver o meu Vô ruim acaba comigo de todas as formas possíveis. Sempre fui forte, sempre aguentei tudo sozinha e agora me vejo aqui, frágil e indefesa, chorando todo dia de ver o sofrimento dele. Engraçado como em um dia tudo acontece com ele: acorda muito confuso, fraco, no meio da tarde melhora, fica lúcido e a noite sonolento demais por conta dos remédios. Fiquei pensando em coisas que a gente fazia e não consegui entender quando exatamente meu Vô deixou de fazer tudo aquilo que ele gostava. Como era bom a época em que a gente jantava lanche ou pizza de cone, saia pra ir em um lugar e o único "problema" era segurar ele pra andar até a cadeira. Ir na feira todo sábado pela manhã na Variant vermelha dele só pra ir no porta-malas, ficar enrolando pra corrigir os jogos da loteria até ele ficar bravo, as brigas pelas contas de telefone ou quando eu fingia que não ouvia ele chamando, tudo isso dá uma saudade...Agora eu vejo ele aqui, sofrendo para tentar engolir qualquer coisa que dê, morrendo de vontade de comer as coisas e tudo tendo que ter cuidado para não engasgar ou não ser muito gelado. Todo cuidado com ele é pouco, tem remédio pra tudo, não deixa tomar vento nem gelado pra não pegar pneumonia, o peito carregado que não melhora...é uma agonia constante. Eu tô aqui, no meio disso tudo, completamente dividida...precisando que ele fique forte pra conseguir aguentar o próximo semestre de intercâmbio e odiando ver o sofrimento dele. Não que seja uma revolta diretamente com Deus, porque não é...mas queria muito entender o porquê de alguém que sempre trabalhou, que sempre foi ativo, ter que ficar assim...quase sempre deitado, confuso e fraco. Dói, não sei o que dói mais, o apego que não quer ir embora e não me deixa pensar no que pode estar por vir ou ver ele assim, fraco, confuso. E mais uma vez eu me vejo na situação de sempre, tendo que ser forte. No primeiro dia que eu estava em Barretos, no dia 22 eu criei coragem e fui contar pra ele do meu intercâmbio, talvez tenha sido a melhor conversa da minha vida inteira. Como ele mesmo me disse: preciso ter a força de um gigante. Só não sei cadê esse gigantismo, por enquanto, tô mais pra força de um gnomo.
terça-feira, 12 de junho de 2012
A felicidade fora dos padrões.
Como hoje, dia 12 de junho, é Dia dos Namorados, resolvi colocar algo relacionado com isso mas sem "escolher um lado": sem defender os namorados que vão se declarar hoje e nem ajudar os solteiros a se revoltarem contra essa data. Deixo uma crônica da Martha Medeiros (ela, como sempre.) que com seu texto sutil nos mostra que o importante é ser e estar feliz, sem regras e condutas pré-estabelecidas.
Sacanagem
Esta é a semana dos namorados, mas não vou falar sobre ursinhos de pelúcia nem sobre bombons. É o momento ideal para falar de sacanagem.
Se dei a impressão de que o assunto será ménages à trois, sexo selvagem e práticas perversas, sinto muito desiludi-lo. Pretendo, sim, é falar da sacanagem que fizeram com a gente.
Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez na vida, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram para nós que amor não é racionado nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais rápido.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Ninguém nos disse que chinelos velhos também tem seu valor, já que não nos machucam, e que existem mais cabeças tortas do que pés.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustam as pessoas, são alienantes, e que poderíamos tentar outras alternativas menos convencionais.
Sexo não é sacanagem. Sexo é uma coisa natural, simples - só é ruim quando feito sem vontade.Sacanagem é outra coisa. É nos condicionarem a um amor cheio de regras e princípios, sem ter o direito à leveza e ao prazer que nos proporcionam as coisas escolhidas por nós mesmos.
(Martha Medeiros)
Que esse dia seja doce, assim como o amor logo que descoberto. Feliz dia dos namorados pra todos, aproveitem a data!!!
Sacanagem
Esta é a semana dos namorados, mas não vou falar sobre ursinhos de pelúcia nem sobre bombons. É o momento ideal para falar de sacanagem.
Se dei a impressão de que o assunto será ménages à trois, sexo selvagem e práticas perversas, sinto muito desiludi-lo. Pretendo, sim, é falar da sacanagem que fizeram com a gente.
Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez na vida, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram para nós que amor não é racionado nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais rápido.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Ninguém nos disse que chinelos velhos também tem seu valor, já que não nos machucam, e que existem mais cabeças tortas do que pés.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustam as pessoas, são alienantes, e que poderíamos tentar outras alternativas menos convencionais.
Sexo não é sacanagem. Sexo é uma coisa natural, simples - só é ruim quando feito sem vontade.Sacanagem é outra coisa. É nos condicionarem a um amor cheio de regras e princípios, sem ter o direito à leveza e ao prazer que nos proporcionam as coisas escolhidas por nós mesmos.
(Martha Medeiros)
Que esse dia seja doce, assim como o amor logo que descoberto. Feliz dia dos namorados pra todos, aproveitem a data!!!
sexta-feira, 8 de junho de 2012
"Como se não houvesse amanhã"
Esses tempos aconteceram tantas coisas que me fizeram enxergar novamente a vida de uma maneira diferente. Talvez de tempos em tempos precisamos dessa reviravolta que Deus prepara para nos mostrar que a vida não é só da maneira que queremos, que não podemos ficar pensando que nada nunca vai acontecer com a gente ou alguém próximo. É muito engraçado quando esquecemos que dentro de nós existe um sistema que é frágil, que quebra e pode não se recuperar dos traumas sofridos. E quantas vezes nós vivemos sem pensar no amanhã? Quantos planos fazemos sem saber que esses não eram os planos de Deus? Tá aí uma coisa que minha Mãe vive falando "se os meus planos forem os planos de Deus". Na minha vida eu já aprendi isso, não deixo de planejar nada, afinal sem planejamento é quase impossível realizarmos algo mas eu sempre peço a proteção divina e tento não me revoltar tanto quando não acontece o esperado.
Problemas que pareciam ser "grandes" se tornaram minúsculos, do tamanho de uma formiguinha. Que me desculpe quem fica se importando muito com orgulho e pirraça mas eu não tenho tempo para perder com isso, eu quero é ficar perto das pessoas que eu amo e me fazem bem. Se para isso eu tiver que passar em cima do meu orgulho, poxa, eu passo com o maior prazer. Não vou perder a chance de ficar mais um dia perto de quem tem significado para mim. Quantas vezes você já se arrependeu por não ter dito que amava alguém ou que esse alguém era especial na sua vida? Pois é, eu já perdi algumas..umas que sinceramente não me fizeram falta e outras que fico remoendo até hoje o porquê de não ter falado nada. Claro que na maioria das vezes, atitudes valem mais do que palavras mas não custa nada verbalizar aquilo que já está sendo demonstrado né?!
Já dizia Renato Russo que "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã". Creio que seja isso que falta nas pessoas, mais amor, mais declarações, mais demonstrações de afeto. Parar de pensar um pouco que sempre tem o dia seguinte para dizer aquilo que você gostaria, aproveite o hoje e o agora.
Eu sei que daqui um tempo é muito provável que não estarei praticando tanto tudo que coloquei aqui hoje mas aí, vem Deus mais uma vez me mostrar que eu preciso voltar a fazer. É um círculo vicioso em que você escolhe se aprende ou se sempre vai ficar sofrendo por arrependimento. Eu me propus a conseguir levar isso a diante ao máximo e sempre pensando que hoje, pode sim, ser o último dia, a última chance de dizer algo importante para alguém.
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